Seja bem vindo ao "Contra a Corrente", um blog pessoal que espera vir a ser um sítio de descoberta, motivação, reflexão, e principalmente de partilha da alma da autora...

Cristã por descoberta do grande amor de Deus, bióloga por vocação do Altíssimo, e educadora pela graça, partilharei com os presados leitores alguns pensamentos e/ou conteúdos que por, não serem indiferentes ao meu espírito, encontrarão no vosso, reacções diversas, que poderão compartilhar neste espaço...

O nome do blog reflecte o carácter contrário do mesmo a alguns esquecimentos, desconhecimentos ou até mesmo a alguns paradigmas; carácter esse que toma como manifesto os seguintes versículos:

"Mas, pergunta agora às alimárias, e cada uma delas te ensinará; e às aves dos céus, e elas te farão saber;
Ou fala com a terra, e ela te ensinará; até os peixes do mar te contarão.
Quem não entende, por todas estas coisas, que a mão do Senhor fez isto?
Na sua mão está a alma de tudo quanto vive, e o espírito de toda a carne humana."
Jó 12:7-10



Será no âmbito dos mesmos que temas serão partilhados, e opiniões poderão ser debatidas...





Então venha daí e prepare-se para mergulhar neste blog,



MAS, não se esqueça:




Terá que nadar contra a corrente...







quarta-feira, 23 de março de 2011

Bem-haja caro leitor!


Após tanto tempo desaparecido, o Contra a corrente gostaria de dar oportunidade à criadora do blog para se manifestar pessoalmente aos leitores com a partilha de algo que veio ao seu coração...

        Caros leitores, como pode ser lido no meu perfil, encontro-me de momento a frequentar o mestrado em ensino de Biologia e Geologia... Tem sido uma caminhada difícil, muitas vezes frustrante... Creio que muitos dos meus colegas poderão confirmar as minhas palavras. Mas não menos marcante, tem sido o que temos aprendido em algumas disciplinas e que tanto têm enriquecido a nossa bagagem.
         Muitas vezes, com o cansaço e desgaste excessivos, esquecemo-nos que podemos tirar algo muito construtivo das disciplinas que nos esgotam, e é sobre um dos temas que foram tratados em algumas disciplinas que eu queria falar e partilhar hoje convosco.

         Hoje estava a ler um versículo da Bíblia que me recordou de uma letra duma canção apresentada num trabalho de Temas de Didática das Ciências que fiz recentemente.

"O que oprime o pobre para se engrandecer a si mesmo, ou o que dá ao rico, certamente empobrecerá."
Provérbios 22: 16

       Este versículo pode ser aplicado a muitas áreas da vida, mas eu vejo-o enquadrado especialmente no contexto profissional, quando e onde as nossas actividades profissionais nos fornecem de alguma forma, poder sobre os outros. Ora, como escreveu Stan Lee, "with great power there must also come — great responsibility" e nós somos chamados a essa responsabilidade. Ainda que haja muita especulação  acerca de quem foi o verdadeiro autor desta citação (http://www.newsfromme.com/archives/2005_10_06.html), penso que as palavras de Jesus conforme S. Lucas, lembram-nos disso mesmo:

"...a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá."
Lucas 12: 48b)

        Também neste caso, podemos aplicar o que Jesus disse a muitas áreas da nossa vida, mas eu continuo a aplicar ao contexto profissional, e no meu caso, mais concretamente à educação e ao ensino.

        'Mas a que responsabilidade é que ela se está a referir?'

        No ensino, poderiam ser referidas muitas, e todos nós o sabemos. Mas eu gostaria de lançar o holofote sobre algumas questões que normalmente os professores não falam, e antes de revelar quais são, gostaria de partilhar então convosco a tal letra apresentada na disciplina de Temas de Didática das Ciências:


Sou um patinho assim, assim
Não há quem repare em mim
Não sou triste nem zangado
Eu sou só um pouco reservado

Não sou loiro, não sou alto
Não corro muito depressa
Não tenho tempo de salto
Não remato nunca de cabeça
Eu sou o Orlando
E só venho à escola
De vez em quando
De vez em quando

Os dias lá no meu meio
São muito mais não que sim
Não sou um patinho feio
As águas é que fogem de mim

Se as águas fossem iguais
P'ra quem começa a nadar
Talvez eu viesse mais
Talvez até ousasse voar

Eu sou o Orlando
E só venho à escola
De vez em quando
De vez em quando

Se alguém se lembrar de mim
E disser: “O Orlando veio.”
Digam-lhe que hoje vim
Mas fiquei sozinho no recreio

Eu sou um Orlando
E só venho à escola
De vez em quando
De vez em quando


(Orlando de Vez em Quando, composição: Carlos Tê, música: Cabeças no Ar)

         
Então, de que responsabilidade estamos a falar?

         Falamos da responsabilidade de nunca tratar os alunos de acordo com preferências ou expectativas (Não sou loiro, não sou alto /Não corro muito depressa / Não tenho tempo de salto / Não remato nunca de cabeça), ou de acordo com as expectativas dos outros (Provérbios 22: 16), mas tentar dar as mesmas oportunidades a todos (Se as águas fossem iguais / P'ra quem começa a nadar / Talvez eu viesse mais / Talvez até ousasse voar), identificar não só os meninos ou jovens que se portam mal, mas também os calados e envergonhados (Não há quem repare em mim / Eu sou só um pouco reservado) e dar-lhes uma atenção especial.

Isso exigirá de nós muito mais trabalho, mas poderá mudar o rumo de muitos Orlandos…

Deixo-vos a música…




Que possamos nadar contra a corrente...

Bons mergulhos**



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